ALVAREZ LEGUIZAMÓN, Sonia
Concentración de la riqueza, millionarios y reproducción de la pobreza en America Latina - Porto Alegre : UFRGS, jul./dez. 2007
Entre o fim do século XX e o início do atual, a pobreza e a desigualdade acentuaram-se na América Latina. Estudos de diferentes organismos internacionais indicam que o número de pobres cresceu em termos absolutos e relativos em quase todos os países, ao passo que a concentração de riqueza atingiu patamares inéditos, provocando profundas mudanças na estrutura social. Em parte, a multiplicação da pobreza e das desigualdades é conseqüência do fracasso das práticas adotadas sob pressão das agências internacionais de crédito e desenvolvimento em nome do chamado Consenso de Washington (privatizações, liberalização dos mercados). Transformações no mundo do trabalho resultaram em desemprego em massa e vulnerabilidade crescente para milhões de latino-americanos. Paralelamente, pequenos grupos de indivíduos e famílias passaram a concentrar parcelas cada vez mais expressivas da riqueza, ampliando o fosso entre os extremos da distribuição da renda em cada país. Este artigo discute as transformações da estrutura social da América Latina e as estratégias de legitimação da riqueza empregadas pelos ricos no subcontinente, em especial a neofilantropia de instituições assistenciais financiadas por músicos e grandes empresários. Por fim, a autora propõe problematizar a questão das desigualdades sob a ótica das relações de dominação de classe, uma perspectiva que começa a ganhar espaço nas ciências sociais e que deveria ser estendida à agenda política.
Concentración de la riqueza, millionarios y reproducción de la pobreza en America Latina - Porto Alegre : UFRGS, jul./dez. 2007
Entre o fim do século XX e o início do atual, a pobreza e a desigualdade acentuaram-se na América Latina. Estudos de diferentes organismos internacionais indicam que o número de pobres cresceu em termos absolutos e relativos em quase todos os países, ao passo que a concentração de riqueza atingiu patamares inéditos, provocando profundas mudanças na estrutura social. Em parte, a multiplicação da pobreza e das desigualdades é conseqüência do fracasso das práticas adotadas sob pressão das agências internacionais de crédito e desenvolvimento em nome do chamado Consenso de Washington (privatizações, liberalização dos mercados). Transformações no mundo do trabalho resultaram em desemprego em massa e vulnerabilidade crescente para milhões de latino-americanos. Paralelamente, pequenos grupos de indivíduos e famílias passaram a concentrar parcelas cada vez mais expressivas da riqueza, ampliando o fosso entre os extremos da distribuição da renda em cada país. Este artigo discute as transformações da estrutura social da América Latina e as estratégias de legitimação da riqueza empregadas pelos ricos no subcontinente, em especial a neofilantropia de instituições assistenciais financiadas por músicos e grandes empresários. Por fim, a autora propõe problematizar a questão das desigualdades sob a ótica das relações de dominação de classe, uma perspectiva que começa a ganhar espaço nas ciências sociais e que deveria ser estendida à agenda política.