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Urbanização brasileira

By: COSTA, Manoel Augusto.
Contributor(s): COSTA, Celia Diogo Alves da.
Material type: materialTypeLabelArticlePublisher: Brasília : FUNCEP, jan./mar. 1984Subject(s): Urbanização | População Urbana | Censo Demográfico | Condição Social | Condição Econômica | Pesquisa | Estatística | BrasilRevista do Serviço Público - RSP 41, 1, p. 53-70Abstract: Nos últimos 40 anos, o Brasil, que tem sido cenário de rápida insdustrialização e profundas transformações no seu setor agrícola, constitui exemplo notával do processo de redistribuição geográfica da população entre áreas rurais e urbanas. População numerosa, elevado ritmo de crescimento vegetativo da população, aspirações sociais, "efeitos demonstração e brilho", são ingredientes sociológicos e demográficos do mesmo processo que fazem do Brasil campo de um dos mais intensos e rápidos crescimentos do contingente urbano e da urbanização do mundo. A síntese numérica desse processo se exprime pela ampliação de um sistema urbano composto por 4.771 cidades e vilas em 1940 e 8.705 em 1980, que, nas áreas definidas políticas e administrativamente como urbanas, evoluiu de 12,9 milhões para 80,5 milhões de pessoas no intervalo de apenas 40 anos. Sob o ponto de vista numérico e demográfico, essa rede se exprime pela existência de núcleos espalhados pelo territótio e distribuídos segundo diversos tamanhos, onde num extremo estão pequenos aglomerados com menos de cinco mil habitantes e, no outro, as grandes cidades e áreas metropolitanas como as de São Paulo e Rio de Janeiro, hoje incluídas entre os maiores aglomerados humanos do mundo. A década de 70 constitui período notável sob o ponto de vista demográfico e da história da urbanização nacional. Isto é, enquanto entre 1940-1970 a urbanização foi acompanhada pela capacidade do setor primário de absorver mão-de-obra, a década de 70, devido à modernização da agricultura, reflete uma certa incapacidade do setor primário da economia em reter parte significativa da oferta da mão -de-obra, que ao se deslocar produziu o início do esvaziamento demográfico no campo. Entretando, nessa década, foi mantida a tendência de aumento da população urbana em termos numéricos, ao atingir a ordem de 28,4 milhões, dos quais 13,9 milhões observados no Sudeste, 5,8 milhões no Nordeste e 4,6 milhões no Sul. Esses dados, quando cotejados com os respectivos aumentos ou decréscimos de populações rurais, demonstram etapas de urbanização significativamente diferenciadas entre as regiões, e sugere perspectivas futuras igualmente distintas desse processo. Decorrência do aguçamento do processo de urbanização, o fenômeno da metropolização, no que diz respeito ao Brasil, adquiriu um caráter nitidamente diferenciado: um processo de múltipla metropolização. É que, na maioria dos países em desenvolvimento, a principal característica do processo de urbanização reside na elevada concentração populacional em apenas um núcleo urbano. NO Brasil, graças à sua extensão territorial, à população numerosa e sobretudo às características histótricas de seu desenvolvimento, denominado por diferentes ciclos econômicos, originaram-se diversos núcleos que polarizaram o processo de urbanização em suas regiões. Como resultado criou-se no país um conjunto de subsistemas urbanos dominados por diferentes regiões metropolitanas. Entretanto, o esperado efeito socialmente homogeneizador da urbanização brasileira é na aparência modesto, daí os conflitos, as distorções e as ambigüidades sociais e econômicas se reproduzirem, tanto dentro do sistema urbano como dentro de cada um dos núcleos que o compõem. Na realidade, é no meio urbano que se exerceram as desigualdades sociais e econômicas, agravadas freqüentemente por desequilíbrios do meio ambiente, tudo contribuído para a perda de qualidade de vida de parcelas crescentemente numerosas da população. As tendências atuais sugerem que o processo de urbanização seguirá um trajeto inexorável se liberado às suas forças endógenas, tendo como fator intrínseco o elevado padrão reprodutivo da população. Nesse caso, é de se esperar que as contradições sociais entre núcleos e dentro de cada unidade se agucem, e ganhem expressão e magnitudes extremamente elevadas, em particular em aglomerados como São Paulo e Rio de Janeiro, como populações que provavelmente ultrapassarão 25 milhões de pessoas até o ano 2010
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Nos últimos 40 anos, o Brasil, que tem sido cenário de rápida insdustrialização e profundas transformações no seu setor agrícola, constitui exemplo notával do processo de redistribuição geográfica da população entre áreas rurais e urbanas. População numerosa, elevado ritmo de crescimento vegetativo da população, aspirações sociais, "efeitos demonstração e brilho", são ingredientes sociológicos e demográficos do mesmo processo que fazem do Brasil campo de um dos mais intensos e rápidos crescimentos do contingente urbano e da urbanização do mundo. A síntese numérica desse processo se exprime pela ampliação de um sistema urbano composto por 4.771 cidades e vilas em 1940 e 8.705 em 1980, que, nas áreas definidas políticas e administrativamente como urbanas, evoluiu de 12,9 milhões para 80,5 milhões de pessoas no intervalo de apenas 40 anos. Sob o ponto de vista numérico e demográfico, essa rede se exprime pela existência de núcleos espalhados pelo territótio e distribuídos segundo diversos tamanhos, onde num extremo estão pequenos aglomerados com menos de cinco mil habitantes e, no outro, as grandes cidades e áreas metropolitanas como as de São Paulo e Rio de Janeiro, hoje incluídas entre os maiores aglomerados humanos do mundo. A década de 70 constitui período notável sob o ponto de vista demográfico e da história da urbanização nacional. Isto é, enquanto entre 1940-1970 a urbanização foi acompanhada pela capacidade do setor primário de absorver mão-de-obra, a década de 70, devido à modernização da agricultura, reflete uma certa incapacidade do setor primário da economia em reter parte significativa da oferta da mão -de-obra, que ao se deslocar produziu o início do esvaziamento demográfico no campo. Entretando, nessa década, foi mantida a tendência de aumento da população urbana em termos numéricos, ao atingir a ordem de 28,4 milhões, dos quais 13,9 milhões observados no Sudeste, 5,8 milhões no Nordeste e 4,6 milhões no Sul. Esses dados, quando cotejados com os respectivos aumentos ou decréscimos de populações rurais, demonstram etapas de urbanização significativamente diferenciadas entre as regiões, e sugere perspectivas futuras igualmente distintas desse processo. Decorrência do aguçamento do processo de urbanização, o fenômeno da metropolização, no que diz respeito ao Brasil, adquiriu um caráter nitidamente diferenciado: um processo de múltipla metropolização. É que, na maioria dos países em desenvolvimento, a principal característica do processo de urbanização reside na elevada concentração populacional em apenas um núcleo urbano. NO Brasil, graças à sua extensão territorial, à população numerosa e sobretudo às características histótricas de seu desenvolvimento, denominado por diferentes ciclos econômicos, originaram-se diversos núcleos que polarizaram o processo de urbanização em suas regiões. Como resultado criou-se no país um conjunto de subsistemas urbanos dominados por diferentes regiões metropolitanas. Entretanto, o esperado efeito socialmente homogeneizador da urbanização brasileira é na aparência modesto, daí os conflitos, as distorções e as ambigüidades sociais e econômicas se reproduzirem, tanto dentro do sistema urbano como dentro de cada um dos núcleos que o compõem. Na realidade, é no meio urbano que se exerceram as desigualdades sociais e econômicas, agravadas freqüentemente por desequilíbrios do meio ambiente, tudo contribuído para a perda de qualidade de vida de parcelas crescentemente numerosas da população. As tendências atuais sugerem que o processo de urbanização seguirá um trajeto inexorável se liberado às suas forças endógenas, tendo como fator intrínseco o elevado padrão reprodutivo da população. Nesse caso, é de se esperar que as contradições sociais entre núcleos e dentro de cada unidade se agucem, e ganhem expressão e magnitudes extremamente elevadas, em particular em aglomerados como São Paulo e Rio de Janeiro, como populações que provavelmente ultrapassarão 25 milhões de pessoas até o ano 2010

RSP jan./março de 1984

volume 112 número 1 1984

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