Tem-se que o processo migratório, em países em desenvolvimento, é explicado pela sua política econômica e pelo próprio desenvolvimento econômico e que isto provoca esvaziamento populacional nas áreas rurais e adensamento nas áreas urbanas. Esta mobilidade espacial da população prevalece, até hoje, como um dos principais componentes da dinâmica demográfica brasileira, quanto à redistribuição demográfica e ocupação histórica do país. Com este intuito Lopes e Monteiro traçam um quadro geral dos movimentos migratórios em um resumo histórico extremamente útil para a compreensão dos fatores sócio-econômicos subjacentes aos grandes movimentos registrados. Monteiro é responsável pela análise que avalia o processo de esvaziamento demográfico na fronteira agrícola paranaense no períodode 1960-70. Os dados apresentados pela autora demonstram que o Noroeste paraense foi o cenário de um dos maiores êxodos populacionais registrados na história da demografia nacional. Conforme foi apontado, estão implícitas a esse mecanismo de atração-repulsão migratória a rápida modernização da agricultura, as mudanças de cultura e as alterações significativas na estrutura fundiária e da propriedade da terra. Destaca-se, ainda, o fato de que grande parte da rápida urbanização da região se seu pela absorção de mão-de-obra liberada do campo, embora o setor urbano tenha perdido sua importância relativa do ponto de vista de absorção da população ativa, tanto no nível estadual quanto nacional

RSP jan./março de 1984

volume 112 número 1 1984