A fronteira agrícola em processo de despovoamento - uma análise do norte-paranaense
By: MONTEIRO, Vânia Speranza.
Material type: ArticlePublisher: Brasília : FUNCEP, jan./mar. 1984Subject(s): Migração interna | Exôdo Rural | Zona Rural | População | Censo Demográfico | ParanáRevista do Serviço Público - RSP 41 , 1, p. 101-108Abstract: O Estado do Paraná foi cenário de uma movimentação migratória cujo contingente, entre 1970-1980, correspondeu a 15,8% dos deslocamentos interestaduais realizados na década. A magnitude desses fluxos assume grande importância no contexto nacional e sugere o exame mais detalhado de algumas áreas do território paranaense que apresentam reversão no seu comportamento demográfico. Este trabalho de Vânia S. Monteiro analisa um grupo de oito microrregiões homogêneas do norte-paranaense que sofreram perdas demográficas nos anos 70, após terem se caracterizado como uma das mais importantes áreas de crescimento populacional na década anterior. O processo de despovoamento no norte paranaense abrangeu 145 municípios, numa área de mais de 62.000 Km², correspondente a 31,5% da superfície territorial do estado. Esse decréscimo populacional é a resultante, sobretudo, do êxodo rural devido à modernização e às mudanças de cultura agrícola, que ao liberar significativamente parcelas de mão-de-obra rural (sairam no nordeste-paranaense quase 1 milhão de pessoas), constitui-se num dos mais importantes fenômenos sócio-demográficos do período de 1970-1980. A substituição do café por lavouras com menor necessidade de mão-de-obra, como do trigo e da soja, gerou o êxodo para centros urbanos da área, elevou a taxa de urbanização das microrregiões, além da formação de frentes pioneiras direcionadas para os estados do Centro-Oeste e do Norte, num avanço das fronteiras agrícolas sobre terras ainda despovoadas. Embora o processo de urbanização no norte-paranaense tenha apresentado rápido crescimento, notadamente cidades como Maringá, Paranavaí, Umuarama e Campo Mourão, principalmente entre 1960-1975 quando a mão-de-obra urbano-industrial tinha aumentado quantitativamente, é dessa época que sua importância, como região absorvedora da força de trabalho, diminui. Este fato indica, principalmente, que a área além de um esvaziamento populacional, configurado como um dos maiores movimentos emigratórios na década de 70, também diminui sua importância relativa do ponto de vista da absorção de mão-de-obra no mercado urbano não somente em nível estadual, mas também, no âmbito nacionalO Estado do Paraná foi cenário de uma movimentação migratória cujo contingente, entre 1970-1980, correspondeu a 15,8% dos deslocamentos interestaduais realizados na década. A magnitude desses fluxos assume grande importância no contexto nacional e sugere o exame mais detalhado de algumas áreas do território paranaense que apresentam reversão no seu comportamento demográfico. Este trabalho de Vânia S. Monteiro analisa um grupo de oito microrregiões homogêneas do norte-paranaense que sofreram perdas demográficas nos anos 70, após terem se caracterizado como uma das mais importantes áreas de crescimento populacional na década anterior. O processo de despovoamento no norte paranaense abrangeu 145 municípios, numa área de mais de 62.000 Km², correspondente a 31,5% da superfície territorial do estado. Esse decréscimo populacional é a resultante, sobretudo, do êxodo rural devido à modernização e às mudanças de cultura agrícola, que ao liberar significativamente parcelas de mão-de-obra rural (sairam no nordeste-paranaense quase 1 milhão de pessoas), constitui-se num dos mais importantes fenômenos sócio-demográficos do período de 1970-1980. A substituição do café por lavouras com menor necessidade de mão-de-obra, como do trigo e da soja, gerou o êxodo para centros urbanos da área, elevou a taxa de urbanização das microrregiões, além da formação de frentes pioneiras direcionadas para os estados do Centro-Oeste e do Norte, num avanço das fronteiras agrícolas sobre terras ainda despovoadas. Embora o processo de urbanização no norte-paranaense tenha apresentado rápido crescimento, notadamente cidades como Maringá, Paranavaí, Umuarama e Campo Mourão, principalmente entre 1960-1975 quando a mão-de-obra urbano-industrial tinha aumentado quantitativamente, é dessa época que sua importância, como região absorvedora da força de trabalho, diminui. Este fato indica, principalmente, que a área além de um esvaziamento populacional, configurado como um dos maiores movimentos emigratórios na década de 70, também diminui sua importância relativa do ponto de vista da absorção de mão-de-obra no mercado urbano não somente em nível estadual, mas também, no âmbito nacional
RSP jan./março de 1984
volume 112 número 1 1984
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