Representando corpo e violência : a invenção da "violência doméstica" em Timor-Leste
By: SIMIÃO, Daniel Schroeter
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Material type: 
ArticlePublisher: São Paulo : ANPOCS- Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Junho 2006Subject(s): Direitos humanos | Gênero | Violência | Antropologia | ÁsiaOnline resources: Acesso RBCS- Revista Brasileira de Ciências Sociais 21, 61, p. 133-146Abstract: Timor-Leste passa por um rápido processo de transformação social e política que, no campo do gênero, se expressa na construção de uma nova moralidade acerca da agressão física doméstica. Tendo por base a tradução para a realidade local dos valores da igualdade de gênero, tidos como universais, um conjunto de esforços de combate à violência doméstica tem posto em causa práticas sociais locais relativas a representações de corpo, gênero e sexualidade. A partir de dados produzidos em um ano de trabalho de campo no país, o autor discute como saberes especializados se apresentam em projetos políticos que contribuem para a modelação de uma sensibilidade particular na experiência do corpo, reinscrevendo a punição física em um universo de significados muitas vezes alheio àquele que predominam no interior do país. Os conflitos e as sínteses observados nesse processo apontam para a importância de se compreender a construção local de identidades de gênero em relação a disputas políticas/simbólicas em um plano mais amplo, bem como indicam limites na relação entre práticas locais e valores supostamente universais
Timor-Leste passa por um rápido processo de transformação social e política que, no campo do gênero, se expressa na construção de uma nova moralidade acerca da agressão física doméstica. Tendo por base a tradução para a realidade local dos valores da igualdade de gênero, tidos como universais, um conjunto de esforços de combate à violência doméstica tem posto em causa práticas sociais locais relativas a representações de corpo, gênero e sexualidade. A partir de dados produzidos em um ano de trabalho de campo no país, o autor discute como saberes especializados se apresentam em projetos políticos que contribuem para a modelação de uma sensibilidade particular na experiência do corpo, reinscrevendo a punição física em um universo de significados muitas vezes alheio àquele que predominam no interior do país. Os conflitos e as sínteses observados nesse processo apontam para a importância de se compreender a construção local de identidades de gênero em relação a disputas políticas/simbólicas em um plano mais amplo, bem como indicam limites na relação entre práticas locais e valores supostamente universais
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