Ontologia e gênero : realismo crítico e o metodo das explicações contrastivas
By: HAMLIN, Cynthia Lins.
Material type: ArticlePublisher: São Paulo : ANPOCS, Junho 2008Revista Brasileira de Ciências Sociais 23, 67, p. 71-81Abstract: Nos últimos quinze ou vinte anos, tem-se estabelecido uma espécie de afinidade eletiva entre a epistemologia feminista e diversos tipos de desconstrutivismo pós-moderno, na medida em que ambos questionam a possibilidade de um conhecimento neutro, universal e relativo a sujeitos cujas idendidades são concebidas como totalizantes, homogêneas e fechadas. No entanto, ao alertarem para os perigos da supergeneralização e do essencialismo, muitos dos conceitos e das categorias centrais à teoria feminista têm sido colocados sob suspeição, gerando um ceticismo crescente em relação à possibilidade de emancipação via conhecimento. Meu propósito neste artigo é demonstrar que um deslocamento de questões epistemológicas para questões ontológicas, por meio de uma tradição filosófica conhecida como realismo crítico e em especial, pelo método das explicações constrastivas, pode conhecimento crítico e emancipatório, sem incorrer em práticas de universalização a priori, supergeneralização e essencializaçãoNos últimos quinze ou vinte anos, tem-se estabelecido uma espécie de afinidade eletiva entre a epistemologia feminista e diversos tipos de desconstrutivismo pós-moderno, na medida em que ambos questionam a possibilidade de um conhecimento neutro, universal e relativo a sujeitos cujas idendidades são concebidas como totalizantes, homogêneas e fechadas. No entanto, ao alertarem para os perigos da supergeneralização e do essencialismo, muitos dos conceitos e das categorias centrais à teoria feminista têm sido colocados sob suspeição, gerando um ceticismo crescente em relação à possibilidade de emancipação via conhecimento. Meu propósito neste artigo é demonstrar que um deslocamento de questões epistemológicas para questões ontológicas, por meio de uma tradição filosófica conhecida como realismo crítico e em especial, pelo método das explicações constrastivas, pode conhecimento crítico e emancipatório, sem incorrer em práticas de universalização a priori, supergeneralização e essencialização
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