Do planejamento à ecologia : nascimento de um novo paradigma da ação sobre a cidade e o habitat?
By: TOPALOV, Christian.
Material type: ArticlePublisher: Rio de Janeiro : IPPUR/UFRJ, jan./dez. 1997Online resources: Acesso Cadernos IPPUR 11, 1-2, p. 19-42Abstract: Nos últimos 20 anos - simultaneamente, em inúmeros campos e, em particular, no domínio das políticas urbanas e do habitat - novos temas têm surgido e, segundo parece, estão em vias de se impor como uma nova visão global dos problemas e respectivas soluções: crescimento lento ou crescimento zero, salvaguarda do meio ambiente, retorno à iniciativa local, desestatização e desregulamentação, liberação dos mercados.Abstract: Apesar de não serem idênticas as origens desses diversos elementos, tudo se passa como se tivesse surgido uma linguagem que se torna o terreno comum obrigatório de todos os debates legítimos: o da salvaguarda do meio ambiente. O caráter internacional do fenômeno e sua relativa durabilidade permitem pensar que não se trata somente de uma moda, mas de uma profunda reorganização da linguagem científico-política.Abstract: Essa experiência pode ser colocada em paralelo com outra, da mesma natureza, que se tinha produzido na virada do século XX e marcou profundamente a modernidade: a emergência do discurso do interesse geral-nacional, enunciado pela ciência, que garantia o progresso industrial e social, e fazia apelo ao desenvolvimento do planejamento e da expansão do Welfare State. A analogia impõe-se tanto mais quanto, em suas versões mais divulgadas, a linguagem ecológica atual desqualifica o discurso planejador e propõe princípios alternativos de legitimidade para a ação.Abstract: O texto examina os dois períodos históricos de maneira comparativa, empenhando-se em identificar os processos de formação e de imposição dos sentidos comuns que definem as legitimidades políticas.Nos últimos 20 anos - simultaneamente, em inúmeros campos e, em particular, no domínio das políticas urbanas e do habitat - novos temas têm surgido e, segundo parece, estão em vias de se impor como uma nova visão global dos problemas e respectivas soluções: crescimento lento ou crescimento zero, salvaguarda do meio ambiente, retorno à iniciativa local, desestatização e desregulamentação, liberação dos mercados.
Apesar de não serem idênticas as origens desses diversos elementos, tudo se passa como se tivesse surgido uma linguagem que se torna o terreno comum obrigatório de todos os debates legítimos: o da salvaguarda do meio ambiente. O caráter internacional do fenômeno e sua relativa durabilidade permitem pensar que não se trata somente de uma moda, mas de uma profunda reorganização da linguagem científico-política.
Essa experiência pode ser colocada em paralelo com outra, da mesma natureza, que se tinha produzido na virada do século XX e marcou profundamente a modernidade: a emergência do discurso do interesse geral-nacional, enunciado pela ciência, que garantia o progresso industrial e social, e fazia apelo ao desenvolvimento do planejamento e da expansão do Welfare State. A analogia impõe-se tanto mais quanto, em suas versões mais divulgadas, a linguagem ecológica atual desqualifica o discurso planejador e propõe princípios alternativos de legitimidade para a ação.
O texto examina os dois períodos históricos de maneira comparativa, empenhando-se em identificar os processos de formação e de imposição dos sentidos comuns que definem as legitimidades políticas.
Volume 11
Fascículo 1-2
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