Do clientelismo à cooperação : governos locais, políticas participativas e organização da sociedade civil em Porto Alegre
By: ABERS, Rebecca.
Material type: ArticlePublisher: Rio de Janeiro : IPPUR/UFRJ, jan./jul. 1998Online resources: Acesso Cadernos IPPUR 12, 1, p. 47-78Abstract: Diversos trabalhos recentes sugerem que o nível de organização da sociedade civil se desenvolve mais facilmente no contexto de um "Estado Mínimo", que exige que as comunidades se mobilizem para suprir as próprias necessidades. Este artigo argumenta, no entanto, que a atuação estatal pode ter um papel positivo e direto no empowerment de comunidades. Por meio do estudo do "Orçamento Participativo" da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o artigo mostra como o processo decisório participativo pode fomentar a expansão de redes cívicas. Focalizando uma região específica da cidade, o artigo examina como o Orçamento Participativo enfraqueceu tradições clientelistas em associações de bairro, precionando-as a incorporar maior número de residentes e formas mais democráticas de decisão. Também argumenta que a própria experiência de decisão coletiva promoveu a formação de laços de cooperação e solidariedade entre participantes. Tudo isso ocorreu, porém, não por causa da retração do Estado da vida comunitária, mas porque o governo local encontrou novas formas mais frutíferas de investir recursos e capacidade técnica.Diversos trabalhos recentes sugerem que o nível de organização da sociedade civil se desenvolve mais facilmente no contexto de um "Estado Mínimo", que exige que as comunidades se mobilizem para suprir as próprias necessidades. Este artigo argumenta, no entanto, que a atuação estatal pode ter um papel positivo e direto no empowerment de comunidades. Por meio do estudo do "Orçamento Participativo" da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o artigo mostra como o processo decisório participativo pode fomentar a expansão de redes cívicas. Focalizando uma região específica da cidade, o artigo examina como o Orçamento Participativo enfraqueceu tradições clientelistas em associações de bairro, precionando-as a incorporar maior número de residentes e formas mais democráticas de decisão. Também argumenta que a própria experiência de decisão coletiva promoveu a formação de laços de cooperação e solidariedade entre participantes. Tudo isso ocorreu, porém, não por causa da retração do Estado da vida comunitária, mas porque o governo local encontrou novas formas mais frutíferas de investir recursos e capacidade técnica.
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