A interpretação de imagens e o método documentário
By: BOHNSACK, Ralf.
Material type: ArticlePublisher: Porto Alegre : UFRGS, jul./dez. 2007Online resources: Acesso Sociologias : Riqueza e desigualdades 9, 18, p. 286-311Abstract: O considerável desenvolvimento dos métodos qualitativos durante os últimosAbstract: vinte anos está intrinsecamente relacionado à virada lingüística (linguisticAbstract: turn). A presunção de que textos gravados constituem os dados básicos em todas asAbstract: pesquisas científicas é conseqüentemente responsável por esta predominânciaAbstract: dos métodos de interpretação de textos e por esta fixação particular sobre osAbstract: textos no âmbito das metodologias qualitativas. No entanto é preciso estabelecerAbstract: uma diferença entre a comunicação sobre (über) a imagem e a comunicaçãoAbstract: através (durch) da imagem. O acesso metodológico à compreensão pre-conceptualAbstract: ou ateórica foi introduzido, nos anos 1920, pela iconologia de Erwin Panofsky eAbstract: pelo seu contemporâneo Karl Mannheim com seu método documentário deAbstract: interpretação. Importantes correspondências entre ambas abordagens, assim comoAbstract: em relação ao campo da semiótica podem ser demonstradas. Com base noAbstract: discernimento de que o caráter icônico em sua obstinação não nos é acessível deAbstract: forma adequada pela linguagem, podemos concluir pautados nos autores acima,Abstract: assim como em Barthes, Focault e Imdahl , que a apreensão das peculiaridadesAbstract: de uma imagem implica em uma suspensão, em um colocar entre parêntesesAbstract: as nossas conotações (fundamentadas no pré-conhecimento iconográficoAbstract: mediado pela linguagem) tanto quanto possível. Metodologicamente, o caráterAbstract: icônico só pode ser reconstruído através da descrição da forma, sobretudo deAbstract: estrutura planimétrica da imagem. O método documentário de interpretação deAbstract: imagens é um procedimento apropriado para o enfrentamento deste desafio.O considerável desenvolvimento dos métodos qualitativos durante os últimos
vinte anos está intrinsecamente relacionado à virada lingüística (linguistic
turn). A presunção de que textos gravados constituem os dados básicos em todas as
pesquisas científicas é conseqüentemente responsável por esta predominância
dos métodos de interpretação de textos e por esta fixação particular sobre os
textos no âmbito das metodologias qualitativas. No entanto é preciso estabelecer
uma diferença entre a comunicação sobre (über) a imagem e a comunicação
através (durch) da imagem. O acesso metodológico à compreensão pre-conceptual
ou ateórica foi introduzido, nos anos 1920, pela iconologia de Erwin Panofsky e
pelo seu contemporâneo Karl Mannheim com seu método documentário de
interpretação. Importantes correspondências entre ambas abordagens, assim como
em relação ao campo da semiótica podem ser demonstradas. Com base no
discernimento de que o caráter icônico em sua obstinação não nos é acessível de
forma adequada pela linguagem, podemos concluir pautados nos autores acima,
assim como em Barthes, Focault e Imdahl , que a apreensão das peculiaridades
de uma imagem implica em uma suspensão, em um colocar entre parênteses
as nossas conotações (fundamentadas no pré-conhecimento iconográfico
mediado pela linguagem) tanto quanto possível. Metodologicamente, o caráter
icônico só pode ser reconstruído através da descrição da forma, sobretudo de
estrutura planimétrica da imagem. O método documentário de interpretação de
imagens é um procedimento apropriado para o enfrentamento deste desafio.
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