A mobilidade ambígua
By: ARAUJO, Fernando Marcial Ricci.
Material type: ArticlePublisher: Porto Alegre : UFRGS, mai./ago. 2014Online resources: Acesso Sociologias : Sociologia da Dádiva 16, 36, p. 264-277Abstract: Ainda sem tradução no Brasil, o livro A mobilidade ambígua Espaço, tempo e poder no cume da sociedade contemporânea, de autoria da socióloga italiana Laura Gherardi, é o resultado de um esforço teórico-metodológico no estudo dos sentidos da mobilidade na sociedade contemporânea. Com um universo de mais de 50 entrevistas com executivos, professores globais e artistas de renome interna¬cional, realizadas nas cidades de Paris, Londres e Milão, o livro propõe uma análise da mobilidade nos termos de uma nova ética social do chamado capitalismo avan¬çado. Com o intuito de superar a antinomia dos esquemas clássicos oriundos da tradição marxista ou weberiana, Gherardi explora as possibilidades de uma análise das diferenciações sociais no seio da atual configuração do capitalismo, a partir da análise da relação entre poder e ritmo. O argumento central da autora aponta no sentido de uma ressignificação da noção de mobilidade: antes colocada como repertório crítico pelos movimentos de contestação do capitalismo, a mobilidade se torna um elemento central na cosmologia de valores do capitalismo avançado e por projetos. Assim, cooptada pelas forças as quais visava destruir, a mobilidade disciplinada, organizada e controlada passa a constituir uma ética social do chama¬do novo espírito do capitalismo, repercutindo de forma ambígua no dia-dia dos indivíduos que vivenciam essa experiência de forma dúbia, ora como um recurso, ora como um imperativo, no contexto de um mundo conexionista.Ainda sem tradução no Brasil, o livro A mobilidade ambígua Espaço, tempo e poder no cume da sociedade contemporânea, de autoria da socióloga italiana Laura Gherardi, é o resultado de um esforço teórico-metodológico no estudo dos sentidos da mobilidade na sociedade contemporânea. Com um universo de mais de 50 entrevistas com executivos, professores globais e artistas de renome interna¬cional, realizadas nas cidades de Paris, Londres e Milão, o livro propõe uma análise da mobilidade nos termos de uma nova ética social do chamado capitalismo avan¬çado. Com o intuito de superar a antinomia dos esquemas clássicos oriundos da tradição marxista ou weberiana, Gherardi explora as possibilidades de uma análise das diferenciações sociais no seio da atual configuração do capitalismo, a partir da análise da relação entre poder e ritmo. O argumento central da autora aponta no sentido de uma ressignificação da noção de mobilidade: antes colocada como repertório crítico pelos movimentos de contestação do capitalismo, a mobilidade se torna um elemento central na cosmologia de valores do capitalismo avançado e por projetos. Assim, cooptada pelas forças as quais visava destruir, a mobilidade disciplinada, organizada e controlada passa a constituir uma ética social do chama¬do novo espírito do capitalismo, repercutindo de forma ambígua no dia-dia dos indivíduos que vivenciam essa experiência de forma dúbia, ora como um recurso, ora como um imperativo, no contexto de um mundo conexionista.
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