"No remoinho da tendência-espiral" : questões de estética, literatura e ciências naturais na obra de Goethe
By: MAINBERGER, Sabine.
Material type: ArticlePublisher: São Paulo : IEA, 2010Online resources: Acesso Estudos Avançados - USP 24, 69, p. 203-218Abstract: Em seus últimos anos de vida, Goethe esteve obcecado pela assim chamadaAbstract: tendência-espiral. Essa questão, contudo, de modo algum constituía algo novo para ele, como demonstram claramente suas formulações anteriores em torno de linhas curvas e espirais. De fato, essas formas encontram-se nas zonas de intersecção entre literatura, artes visuais (em especial, as ornamentais) e estudos científicos. Uma referência crucial para as estéticas do final do século XVIII foi a famosa concepção de William Hogarth sobre a linha da beleza (1753), a qual também deixou vestígios nos escritos de Goethe, até mesmo em sua fase tardia. O presente trabalho examina sua elegia AmynthasAbstract: (1799), o ensaio Touro fossilizado (1822), assim como textos sobre a metamorfose das plantas e a tendência-espiral da vegetação. Formas espirais parecem ter exercido fascínio tão intenso sobre Goethe porque elas possibilitam, com seus múltiplos significados e funções, extrapolar fronteiras entre diferentes gêneros e disciplinas e estabelecer conexões entre diferentes pensamentos. Essa atividade intelectual transgressora, a que chamaríamos de interdisciplinaridade, continuou sendo modelar para importantes pensadores do século XX, tais como Paul Valéry, Walter Benjamin ou Aby WarburgEm seus últimos anos de vida, Goethe esteve obcecado pela assim chamada
tendência-espiral. Essa questão, contudo, de modo algum constituía algo novo para ele, como demonstram claramente suas formulações anteriores em torno de linhas curvas e espirais. De fato, essas formas encontram-se nas zonas de intersecção entre literatura, artes visuais (em especial, as ornamentais) e estudos científicos. Uma referência crucial para as estéticas do final do século XVIII foi a famosa concepção de William Hogarth sobre a linha da beleza (1753), a qual também deixou vestígios nos escritos de Goethe, até mesmo em sua fase tardia. O presente trabalho examina sua elegia Amynthas
(1799), o ensaio Touro fossilizado (1822), assim como textos sobre a metamorfose das plantas e a tendência-espiral da vegetação. Formas espirais parecem ter exercido fascínio tão intenso sobre Goethe porque elas possibilitam, com seus múltiplos significados e funções, extrapolar fronteiras entre diferentes gêneros e disciplinas e estabelecer conexões entre diferentes pensamentos. Essa atividade intelectual transgressora, a que chamaríamos de interdisciplinaridade, continuou sendo modelar para importantes pensadores do século XX, tais como Paul Valéry, Walter Benjamin ou Aby Warburg
ISSN Online: 18069592
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