Percepções e experiências do crime urbano galvanizaram a ação do Estado e

de grupos da sociedade civil da África do Sul, não só porque as estratégias usadas para a prevenção do crime são imperativos de segurança, mas também

porque são uma necessidade do desenvolvimento para a transformação e a

sustentabilidade urbanas. O processo de entrosamento das estruturas do Estado

e das comunidades para trabalharem juntas tem sido difícil, porque as condições que facilitam ou diminuem a criminalidade estão enraizadas no regulação social e na constituição das comunidades, assim como nos vínculos entre as comunidades e entre elas e as instituições estatais. Uma análise profunda das estratégias de prevenção ao crime em Delft South – uma comunidade de baixa renda e racialmente mista constituída na Cidade do Cabo após o apartheid – revela que, enquanto os moradores priorizam a prevenção ao crime, diferentes tradições das organizações comunitárias dificultam as estratégias dessa prevenção em suas vizinhanças. Ao mesmo tempo, o Estado não tem explorado suficientemente sua capacidade de trabalhar com iniciativas comunitárias de prevenção ao crime nestas áreas. O presente texto ilustra as sobreposições e os conflitos – os elos faltantes – entre os mecanismos e

iniciativas de base comunitária e do Estado para prevenir o crime no contexto

urbano contemporâneo da África do Sul