No início de 2000, o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB-Sul) solicitou

à equipe do Projeto Setor Elétrico, Território, Meio Ambiente e Conflito Social, vinculado ao Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza (Ettern), do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), que assessorasse e coordenasse o processo de concepção, elaboração e implementação de um plano de desenvolvimento das comunidades atingidas pela construção e operação das barragens hidrelétricas de Itá e de Machadinho, na bacia do Alto Uruguai. Começava a nascer o Plano de Recuperação e Desenvolvimento Econômico e Social das Comunidades Atingidas pelas Barragens de Itá e Machadinho (Plandesca). O artigo relata essa experiência de pesquisa, ensino e intervenção universitária e argumenta que constitui também prática inovadora de planejamento. Após uma

síntese dos principais impactos socioterritoriais da construção de duas grandes barragens hidrelétricas – Itá e Machadinho – e da trajetória do Movimento dos Atingidos por Barragens na região, descrevem-se os procedimentos e metodologias adotados pelo Plandesca, bem como seu significado para a formação dos estudantes envolvidos no projeto