LOPES, Maria Beatriz Afonso

Goiânia, novo núcleo metropolitano? - Brasília : FUNCEP, jan./mar. 1984

Nos últimos 40 anos o Brasil vem sendo cenário do surgimento de aglomerados urbanos de grande porte. Reflexo do elevado crescimento vegetativo da população, da intensa mobilidade rural-urbana e da acentuada aglutinação urbana, a multiplicação desses núcleos urbanos é evidência do desenvolvimento, industrialização e modernização da sociedade. A existência de unidades urbanas mais amplas, que não correspondem aos limites administrativos da cidade, determinou a necessidade de adoção de novas modalidades de investigação que permitissem uma avaliação mais abrangente do fenômeno urbano em determinados locais. Uma pesquisa específica, envolvendo um estudo preliminar do Censo de 1970, pelo Grupo do Departamento de Geografia - DEGEO, do IBGE, definiu critérios e áreas de pesquisa para a delimitação do horizonte de estudo das áreas metropolitanas, conforme identificação prévia dos núcleos metropolitanos. Entretanto, a leitura dos dados demográficos do Censo de 1980 e dos próprios critérios adotados para caracterização das regiões metropolitanas, faz presumir que Goiânia, pelo significativo crescimento altamente centralizador de população, de bens e de serviços, evolui rapidamente como emergente núcleo de características metropolitanas. O trabalho de Lopes reflete uma preocupação das tendências do processo de urbanização no Centro-Oeste, e levanta a indagação se Goiânia estaria se transformando num núcleo metropolitano na região. A partir de considerações legais e formais, a autora analisa os dados procurando absorver em que medida Goiânia dá sinais efetivos de núcleo metropolitano. O estudo mostra que a cidade já estaria satisfazendo os critérios demográficos necessários para essa classificação, particularmente os migratórios. Por outro lado, a capital do Estado de Goiás já exercia uma certa primazia sobre as demais cidades e ocupa o topo dos centros urbanos estadual, o que sugere o seu papel emergente como núcleo metropolitano. Com base em reflexões e exercícios projetivos, Lopes conclui que é importante meditar política e administrativamente sobre as tendências anotadas, para que o setor público antecipe-se às questões e aos problemas específicos do processo de metropolização, que já se vislumbram em Goiânia


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