Rosa, Joaquim Coelho

Cidadania e civilização tecnológica : a mudança de quadros conceptuais em formação e educação (ensaio) / Joaquim Coelho Rosa. -- - Brasília : ENAP, 2005. - p. 321-329

O modelo conceptual e prático com que, durante séculos, a nossa civilização se regeu era inseparável da distinção entre “ciência” e “técnica”. O momento em que nos encontramos, momento em que, por um lado, “ciência” e “técnica” vieram a constituir uma unidade indissolúvel e em que, por outro lado (que é, talvez, apenas um outro aspecto do mesmo acontecimento), tal unidade fez com que a civilização deixasse de ser “nossa” e se tornasse global, obriga necessariamente a repensar os tópoi da “ciência” e da “técnica” e da nossa relação com elas. Ciência e técnica, com os seus papéis diferentes, tinham também “tempos” diferentes. Aliás, e porque se trata de repensar os tópoi da ciência e da técnica, é preciso ter em conta que o tópos não é, em grego clássico, um conceito meramente espacial, mas sim um conceito “eco-lógico”. O tópos de uma coisa é o seu “lugar” de implantação na existência, isto é, num espaço/tempo do todo do mundo. O tópos é um conceito “eco-lógico”, porque assinala que o logos de uma coisa, a sua razão de ser, coloca-a num “lugar” espaço/temporal que lhe é próprio, a sua “casa-no-mundo” (oikos).

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