SOARES, Sergei Suarez Dillon

O ritmo de queda na desigualdade no Brasil é adequado? Evidências do contexto histórico e internacional - Brasília : IPEA, 2008 - 18 p. - Texto para discussão ; 1339 .

1 Introdução – A queda na desigualdade é ou não substancial? 2 Os dados brasileiros 3 A redução da desigualdade no século passado nos países da OCDE 4 Comparações internacionais contemporâneas 5 Conclusão

Este texto utiliza duas abordagens para responder se o ritmo de queda da desigualdade no Brasil está adequado ou não. A primeira é comparar o ritmo de queda no coeficiente de Gini no Brasil com a queda no mesmo indicador em alguns países hoje pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Países Baixos, Reino Unido e Suécia– , enquanto os mesmos construíam seus estados de bem-estar social durante o século passado. A segunda é calcular por quanto tempo o Brasil deverá manter o mesmo ritmo de queda para alcançar os níveis de desigualdade hoje observados em alguns países da OCDE que podem servir como referência: o Canadá, os Estados Unidos e o México. Os dados indicam que o ritmo de queda da desigualdade no Brasil de 0,7 ponto de Gini ao ano é superior ao ritmo que todos os países analisados seguiram enquanto construíam seus estados de bem-estar social, salvo a Espanha, cujo ritmo foi um pouco superior (0,9 ponto ao ano). Por seu turno, as distâncias que nos separam dos países-referência escolhidos são seis anos para o México, 12 para os Estados Unidos, e 24 anos para o Canadá. A conclusão geral do estudo é que o ritmo de queda na desigualdade é adequado, mas que o desafio será manter este ritmo por várias décadas para alcançar o nível de desigualdade, por exemplo, do Canadá.


Desigualdade Social