MOREIRA, Ajax

A política fiscal e as taxas de juros domésticas nos países emergentes - Brasília : IPEA, 2009 - 18 p.

1. Introdução 2. Modelo 3. Resultados 4. Heterogeneidade

O objetivo deste trabalho é analisar o efeito da política fiscal sobre as taxas de juros domésticas, utilizando um painel de 23 países emergentes no período de 1996 a 2008. Entre os países analisados, estão África do Sul, Argentina, Brasil, Bulgária, Cazaquistão,Chile, China, Colômbia, Egito, Equador, Filipinas, Hungria, Índia, Indonésia, Malásia,México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia e Venezuela. Foram utilizadas diversas taxas de juros domésticas, relativas a dois bancos de dados: i) International Finance Statistics (IFS): government bond yield, deposit rate, discount rate/bank rate, treasury bill rate,money market rate; e ii) J.P.Morgan (2006): yield do índice Government Bond Index -Emerging Markets. A variável fiscal baseou-se na medida de austeridade fiscal proposta por Fávero e Giavazzi (2004) para a necessidade de financiamento do governo, que leva em consideração a acumulação de superávit primário necessário para manter a relação dívida/produto interno bruto (PIB) constante. O resultado principal mostra que não é possível rejeitar a hipótese de que a austeridade fiscal determina o nível das taxas de juros, e que o efeito tem o sinal esperado, ou seja, um aumento de 1% na acumulação do superávit primário reduz a taxa de juros em aproximadamente 100 pontos-base em média - uma estimativa coerente com estudos similares realizados em países emergentes.