COSTA, Thomaz Guedes da

O Balanço estratégico e o Brasil na segurança do hemisfério ocidental - Brasília : CGEE, 1996

As considerações que se seguem apresentam uma visão sobre a dinâmica da inserção estratégica do Brasil e suas interações nessa fase incerta de transição na macroestrutura do poder do pós-Guerra Fria, particularmente no tocante ao paradigma tradicional da segurança do Hemisfério Ocidental. O autor deste trabalho apresenta uma coleção de idéias estratégicas e argumenta que a formulação de políticas brasileiras, que afetam decisões e ações no âmbito da segurança internacional e da defesa nacional do País, tem caráter ativo, buscando tirar proveito de oportunidades para benefícios de interesses nacionais, e caráter preventivo, articulando uma espécie de seguro (“hedging”) para confrontar eventuais configurações do pós-Guerra Fria, desfavoráveis ao País. Assim, a validade de pensar em uma visão do Brasil sobre segurança hemisférica, proposta geral desta análise, e sobre o Cone Sul, em particular, sustenta-se em visualizar a inserção global do Brasil a começar por Brasília. Como conclusão, o trabalho sugere que, do ponto de vista do ordenamento da ação política, o paradigma de medidas de confiança mútua (CBMs), de equilíbrio militar ou estratégico, modelado no decorrer do final da Guerra Fria, encontra pouca receptividade no ambiente do pensamento estratégico brasileiro. A principal argumentação aponta para a lógica de que se faz necessário, no contexto hemisférico, um marco teórico e processual próprio