PROENÇA JUNIOR, Domínio

Considerações sobre uma política de defesa do Brasil - Brasília : CGEE, 1996

Pensar uma política de defesa para o Brasil é pensar a atualidade e o futuro de nossas necessidades e de nossos interesses de segurança. Não de qualquer segurança, não de uma segurança onipresente e abstratamente nacional, mas de nossa segurança em termos de meios de força, isto é, prover-nos da capacidade de responder a eventuais contingências militares. Cabe ao Presidente e aos partidos políticos no Congresso Nacional definir as necessidades e os interesses a serem defendidos, sempre levando em conta a Constituição e as dinâmicas políticas econômicas e valorativas da sociedade brasileira. Uma vez que se trata de uma sociedade complexa, essa definição apresentará sempre um caráter largamente transitório. Tal definição será sempre um compromisso, fruto de acordos circunstanciais, já que realinhamentos políticos ou novas percepções podem esvaziar antigas prioridades, modificar as atuais ou mesmo trazer à tona novas prioridades. Não há interesses nacionais permanentes numa democracia: há interesses tout court